O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, decidiu ficar em silêncio durante depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. Com isso, a lista de perguntas dos parlamentares não foi respondia.
Na fala inicial, o coronel alegou ter ficado “consternado” com os ataques terroristas e que “jamais” compactuou com os atos golpistas. Logo depois, no entanto, ela se recusou a responder às perguntas de senadores e deputados do colegiado.
A relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez diversas perguntas que envolviam o “clima golpista” na PM do DF na ocasião, se foram compartilhada mensagens golpistas após as eleições e sobre o esquema de segurança durante o ataque.
Veja a lista de perguntas:
- Havia um “clima golpista” na Polícia Militar do DF, evidenciado pelo compartilhamento de áudios golpistas em grupos oficiais antes dos atos de 8 de janeiro?
- Como comandante, não tomou nenhuma atitude ao ver compartilhamento de material golpista em grupos da corporação?
- O comandante compartilhou mensagens golpistas após as eleições, sabendo que eram falsas, com a intenção de “acirrar os ânimos e provocar explicações”?
- O comandante mantém o pensamento de que os acampamentos na porta dos quartéis não tinham cunho golpista?
- O senhor não deu ordem, não estabeleceu metas para que os batalhões tomassem as medidas cabíveis para evitar o que a gente acompanhou no 8 de janeiro?
- O senhor afirmou à PF que o efetivo era 440 pessoas e foi confrontado pela coronel Cíntia, que disse ter sido planejado efetivo de 600 pessoas. Quantos militares foram designados para o dia 8 de janeiro?
- Vocês sequer providenciaram alimentação e água para os policiais na Esplanada. Esta é uma prática recorrente na PM?
- Como o senhor foi avisado do nível de depredação que estava acontecendo aqui?
Fábio Augusto não foi obrigado a fazer juramento de dizer a verdade à CPMI já que, nesta segunda (28), o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o autorizou a ficar em silêncio durante a oitiva.