O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ao presidente da França, Emmanuel Macron, que o Brasil não fará parte das operações de guerra contra a Rússia, mas que está disposto a se engajar de forma ativa na busca pela paz. Lula destacou que sua guerra, no momento, é contra a pobreza.
O recado foi dado durante a conversa mantida entre os dois líderes, na última quinta-feira (26). Segundo a coluna de Jamil Chade, no UOL, o telefonema de mais de uma hora tratou de vários temas e serviu para que Macron iniciasse uma aproximação do Brasil com assuntos relacionados com a Ucrânia.
De acordo com a coluna, não houve uma pressão indevida por parte do francês, que ainda está construindo uma nova relação com o Brasil após quatro anos de tensão com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na conversa, Lula deixou claro que não vai adotar uma postura nos temas internacionais apenas para agradar aos novos aliados.
O presidente brasileiro citou que o Brasil reconhece que a Rússia violou o território ucraniano e que isso é ilegal,
mas apontou que o comportamento da Otan nos últimos anos não contribuiu para garantir uma relação de confiança com o Kremlin.
Lula sinalizou ainda que defende que negociações sejam estabelecidas com a Rússia para que se possa caminhar para um cessar-fogo, ressaltando que o Brasil irá ajudar na criação da paz, mas não nas operações de guerra.
Antes de conversar com Macron, Lula já havia informado aos comandos militares brasileiros que não iria apoiar o fornecimento munições para tanques ou qualquer outro veiculo que fosse destinado aos ucranianos para a guerra. O pedido havia sido feito pela Alemanha.