A maior revelação das delações é a seguinte: ao contrário do que a imprensa tentou sempre vender aos brasileiros, o PSDB é um partido visceralmente corrupto.
Corrupto e demagógico. O demagogo é aquele que prega o que não faz. O PSDB viveu nos últimos anos condenando a corrupção à luz do sol e, na penumbra, praticando-a freneticamente, com a voracidade de quem sabe que a impunidade está garantida.
Todo mundo sempre soube que o PMDB é um clube de batedores de carteiras. Você vê Sarney na sua frente e automaticamente leva as mãos para os bolsos para proteger sua carteira.
Mas, graças à parceria que sempre teve com a mídia, o PSDB era tido por muitos inocentes úteis como um reduto de homens puros.
Essa mentira histórica ruiu espetacularmente, e é um dos grandes ganhos da crise política que tomou o país.
O que aconteceu com o PSDB, simplesmente, é que a imprensa não publicou sua roubalheira.
A frase que simboliza isso foi pronunciada pelo delator Sérgio Machado: “Fui dez anos do PSDB. Não sobra um.”
Isso poderia estar gravado no túmulo tucano: “Não sobra um”. No jazigo pessoal de Aécio, o epitáfio poderia ser outra frase de Machado: “Todo mundo conhecia seu esquema”.
Uma informação do delator Cerveró pode ser o epitáfio de FHC: “Foi o campeão das propinas”.
O benefício do desmascaramento tucano é imenso para a sociedade. Imagine se o mesmo tivesse ocorrido com a UDN na campanha contra Getúlio. O trabalho sujo de desestabilização contra Jango à base do “combate à corrupção” teria sido abortado.
Nunca mais a plutocracia conseguirá ludibriar os brasileiros com a falácia da corrupção. Ficou claro que ela é a própria essência da corrupção.
Talvez então o país possa debater com profundidade o que é realmente o câncer nacional: a desigualdade.