A mais perfeita definição de Temer veio nesta tarde de segunda de Porto Alegre. Foi feita por Dilma numa excelente entrevista dada ao jornalista Leonardo Attuch, diretor do 247.
“Temer é menor que o Brasil”, disse ela.
Clap, clap, clap. De pé.
Você pode dizer muitas coisas de Temer. É um homem sem carisma, sem graça, antiquado, velho ainda mais nas ideias do que na idade propriamente dita etc etc.
Mas nada o retrata tão bem quanto “menor que o Brasil”.
Um provérbio romano diz que nenhum vento ajuda se você não sabe para onde quer ir. Um político sem visão de futuro é um entulho.
Temer é exatamente isso. Nenhum vento é capaz de ajudá-lo, já que ele não enxerga dois palmos adiante dos olhos.
Dilma pareceu muito bem na entrevista. Calma, articulada, aparentemente feliz em meio a seus livros e discos. Ela deu a entender que já aceitou a ideia de que seu ciclo no poder acabou, e é hora de viver a nova vida.
Na entrevista, transmitida pelo Facebook, ela fez as críticas (tardias) que vem fazendo. Falou da mídia, do golpe, de Aécio, de Gilmar.
Disse, acertadamente, que Gilmar não reúne condições morais para julgá-la, uma vez que age como político e não como o juiz que supostamente é.
Classificou Aécio como a maior fonte de golpismo dentro do Congresso. Afirmou que sem reforma política nada vai mudar.
Elogiou a garotada que está ocupando as escolas como símbolo da esperança de um futuro melhor para o Brasil, e lembrou particularmente o discurso de Ana Júlia.
Foi bem em vários momentos. Mas em nenhum brilhou tanto quanto na definição de Temer.
Attuch lhe pediu uma palavra sobre Temer. Ela meditou uns segundos. E então veio o clássico instantâneo.
Menor que o Brasil.