Amanda vive em Dallas, com a mãe, e se consagrou ao ler um trecho da bíblia na missa da avó.
DE LONDRES
Rainha morta, rainha posta?
Talvez.
O assunto em Londres é Amanda Margaret Thatcher, 19 anos, neta da Dama de Ferro.
Amanda dominou as redes sociais depois que, vestido preto e chapéu preto, sobriamente enlutada, leu um trecho da bíblia na missa por sua avó na Catedral de São Paulo.
Houve pontos pró e pontos contra na irrupção de Amanda, segundo a visão dos ingleses.
Pró foi sua graça, e a firmeza com que leu um trecho bíblico. Entre as várias hashtags dedicadas a ela no Twitter, uma vinha acompanhada do adjetivo “hot” – gostosa.
Amanda, pela força demonstrada na missa da avó, mereceu logo o apelido de Neta de Ferro.
Contra ela pesou o seu sotaque caipira americano, que definitivamente incomodou os ouvidos britânicos.
A mídia buscou explicações, e foi encontrá-la no lugar em que Amanda mora, com a mãe, a primeira mulher de Mark, filho de Thatcher: Dallas.
Amanda tem contato reduzido com o pai, e não apenas pelo divórcio. Mark se envolveu numa bizarra tentativa frustrada de golpe num país africano e, por isso, está proibido de entrar nos Estados Unidos. Amanda enviou uma carts a Obama intercedendo pelo pai, mas até aqui a proibição permanece.
Mark foi o maior embaraço na vida de Thatcher: ele se tornou multimilionário graças a comissões em grandes negócios feitos pelo governo inglês na era da Dama de Ferro. Os jornais denunciaram, mas a mãe, indulgente, via virtudes comerciais no filho imprestável que saiu da escola de tanto tomar bomba. Para Margaret, Mark era capaz de vender chá quente no deserto.
A mídia inglesa não gostou de saber, também, que o contribuinte pagava, sem saber, despesas de segurança para Mark quando ele se casou com uma americana e foi morar nos Estados Unidos. Mark ganhou as manchetes britânicas pela primeira vez quando foi disputar um rally e se perdeu, para desespero de sua mãe em Downing Street. Só foi encontrado depois de cinco dias.
Amanda é atleta: destacou-se em corrida em seu colégio. E impressionou os colegas: foi votada por eles como a pessoa, ali do grupo, mais capaz de “mudar o mundo”.
Mas, para que isso tenha alguma chance de acontecer, ela vai ter que eliminar seu sotaque americano caipira