A emblemática revista britânica The Economist divulgou um artigo analítico intitulado “A ordem internacional liberal está lentamente desmoronando” na quinta-feira, descrevendo as mudanças na arena global desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar da aparente estabilidade da economia mundial e dos desafios enfrentados, como a situação no Oriente Médio e a pandemia de covid-19, a Economist argumenta que a ordem estabelecida está, na verdade, à beira do colapso, minada ao longo de vários anos. Entre os sinais desse colapso, observa-se que as políticas de sanções são agora quatro vezes mais comuns do que na década de 1990.
Além disso, há uma crescente “guerra de subsídios”, à medida que os países buscam emular os modelos chinês e americano de apoio estatal à produção verde. A publicação destaca que, embora o dólar continue a dominar e as economias emergentes mostrem maior resistência, os fluxos globais de capital estão começando a se fragmentar.
As instituições internacionais que antes defendiam o paradigma anterior estão perdendo credibilidade ou desaparecendo, tornando-se ferramentas de partes conflitantes.
A revista ressalta que o declínio desse sistema poderia resultar em uma série de ameaças “irreversíveis” para lidar com desafios modernos, como uma corrida armamentista em inteligência artificial e colaboração no espaço. O artigo alerta que, uma vez quebrado, é improvável que seja substituído por novas regras, levando os assuntos mundiais de volta ao seu estado natural de anarquia, propício ao banditismo e à violência.