Não costumo passar piadas adiante, mas …
Emails que começam assim quase nunca terminam bem. Mas o que o juiz federal americano Richard Cebull fez ultrapassa todas as expectativas.
Cebull repassou, para um grupo de amigos, uma piada racista sobre Barack Obama. Usou, como foi lembrado, um computador pago pelo contribuinte.
Mas isso é o de menos.
A piada era mais ou menos a seguinte. Um garoto pergunta à mãe por que ele é negro e ela branca. Responde a mãe: “Fique feliz, Barack. Pelo que lembro da festa, é uma bênção você não latir.”
A mãe de Obama era branca, como todos sabemos.
É uma piada que reflete, primeiro, o acintoso racismo da sociedade americana, apenas escondido mas não erradicado. E, depois, o baixo nível mental do judiciário nos Estados Unidos. Cebull, indicado por George W Bush em 2001, é um mentecapto de toga.
Ele se desculpou tragicomicamente. Disse que não deveria ter feito o que fez. Admitiu ser contra Obama, mas não que seja racista. E, cúmulo da palhaçada, abriu ele próprio um processo para apurar sua conduta indevida.
Afastado ele não vai ser. Muitos cobram sua renúncia, mas é algo altamente improvável. Pessoas como Cebull não renunciam a nada.
Por tudo que fez num espaço de tempo tão curto, pela mistura de racismo, hipocrisia e obtusidade, o Diário entrega a Richard Cebull o prêmio Pataquada da Semana.