O prefeito de Londres, Boris Johnson, é uma versão loira, inglesa e atualizada de Jânio Quadros.
Um showman.
Jânio fez uma carreira meteórica na política brasileira – até a renúncia presidencial jamais explicada, em 1961, aos 44 anos — à base de uma capacidade extraordinária de aparecer na mídia. Posou para os fotógrafos com uma vassoura numa campanha para dizer que ia varrer a corrupção, por exemplo.
Boris Johnson – que tem imensas chances de se transformar em primeiro ministro no futuro não muito remoto — é, como Jânio, mestre na fabricação de cenas autopromocionais.
A última delas acabou gerando uma das situações mais cômicas das Olimpíadas. Johnson ficou pendurado a 45 metros do chão, com uma bandeira britânica (a Union Jack) em cada mão e um capacete azul ridículo na cabeça, quando pifou a tirolesa em que ele ia no Victoria Park, onde foram postos telões que passam competições olímpicas.
Para a multidão abaixo do prefeito, foi uma atração imprevista – e devidamente registrada. Filmes amadores com Boris Johnson de pernas para o ar estão bombando no YouTube.