Em depoimento à Polícia Federal, o deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) alegou que usou de sua imunidade parlamentar para atacar ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele depôs por cerca de uma hora e meia e respondeu a todas as perguntas feitas por agentes.
O inquérito da PF apura acusações de Dallagnol contra ministros do tribunal eleitoral. Em entrevista, ele afirmou que os magistrados cassaram seu mandato em troca de vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao ser confrontado sobre as declarações, ele alegou que está protegido pela imunidade parlamentar.
Os advogados de Deltan disseram que vão pedir a integra da investigação, que é conduzida em sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes. Eles afirmam que não há motivo para o segredo, já que as declarações do ex-deputado são públicas.
Em entrevista ao Roda Viva, ele afirmou que o ministro Benedito Gonçalves defendeu sua cassação para conseguir uma vaga na Corte. Sem apresentar provas, ele disse que o TSE “criou uma inelegibilidade”.
“Um ministro chega ao tribunal superior não só porque é indicado pelo presidente, mas porque é apoiado por uma série de partidos e figurões da nossa República. Essas pessoas querem vingança, o sistema quer vingança”, afirmou em entrevista ao programa da TV Cultura.
No último dia 16 de maio, o TSE decidiu que Dallagnol cometeu fraude eleitoral ao pedir demissão do Ministério Público Federal (MPF) para evitar que processos contra ele fossem concluídos. Caso fosse punido pelos procedimentos, ele poderia se tornar inelegível e não disputar em 2022.