Publicado originalmente no Blog do autor:
Por Moisés Mendes
A sequência até a demissão de Fernando Azevedo teve sinais recentes que a grande imprensa deixou passar por debaixo das pernas, porque subestimou esses fatos.
No dia 25 de março, depois da reunião com os governadores, com Luiz Fux e os presidentes da Câmara e do Senado, para a farsa do comitê de combate à pandemia, Bolsonaro chamou o alto comando das Forças Armadas ao Planalto.
Fechou-se só com Fernando Azevedo, ministro da Defesa; Ilques Barbosa Júnior, comandante da Marinha; Edson Pujol, comandante do Exército; e Antonio Carlos Bermudez, comandante da Aeronáutica.
A reunião foi pela manhã. À tarde, em férias em Maceió, o general Braga Netto, chefe da Casa Civil, teve um mal súbito e foi levado a um hospital com sintomas de quem tinha sofrido um AVC. Teria sido uma queda de pressão. Foi liberado no dia seguinte.
A imprensa tratou os dois casos em cantinhos de página. Era uma senha. A tensão de Brasília havia chegado a Maceió.
Ali naquela reunião Bolsonaro começou a preparar o bote: quem estava com ele?
Braga Netto, em férias, sentiu o baque e tombou.
Eu posso dizer apenas que tratei do assunto no meu blog com um texto que indagava sobre as conexões entre os dois fatos. Esse era o título:
Precisamos saber mais de Braga Netto.
Quatro dias depois, Azevedo sai e Braga Netto fica, num momento em que se anuncia uma possível debandada no comando das três armas.
Braga Netto, recuperando-se de um mal súbito, é o general cotado para substituir Azevedo no Ministério da Defesa. Que situação complicada.