Calamidade é uma boa palavra para definir o desempenho de Temer na pesquisa CNI-Ibope que acaba de sair.
Uma taxa de aprovação de 13% em tão pouco tempo de governo, e sob o apoio maciço da mídia, é o retrato de um governo morto ainda no berço.
Outro número devastador: dois terços dos brasileiros não confiam em Temer.
A maior conclusão é esta: Temer não tem a mínima condição de administrar o país numa circunstância tão dramática. Imagine um avião debaixo de uma turbulência feroz: um piloto inepto vai derrubar o aparelho.
A rigor, a biografia miserável de Temer mostra que ele não teria como governar o Brasil em qualquer circunstância. Não é estadista, não tem experiência nenhuma a despeito dos 75 anos, não possui carisma e nem votos.
Além de tudo, é visto como corrupto, fama para a qual sua ligação visceral com Eduardo Cunha contribui brutalmente.
No poder, Temer cometeu erros desde o primeiro momento. Montou um ministério cheio de corruptos e vazio de mulheres, tomou medidas impopulares como se fosse o titular dos 54 milhões de votos de 2014 e não o interino — e chegou ao cúmulo de receber Eduardo Cunha no que seria um encontro secreto.
Os 13% de aprovação do Ibope não chegam, dado tudo isso, a surpreender.
Um detalhe do levantamento recém-divulgado é que o parceiro do Ibope não foi a Globo, que na segunda gestão de Dilma patrocinou pesquisas em doses copiosas. Elas serviam para desestabilizar Dilma.
Agora, não interessa à Globo mostrar a realidade tétrica da gestão Temer. Uma pesquisa com seu selo seria objeto por motivos óbvios de ampla cobertura no Jornal Nacional. Os senadores, ainda tão influenciados pelo JN, poderiam se perguntar se vale a pena efetivar um homem rejeitado pelos brasileiros.
A mesma lógica da ausência da Globo neste Ibope explica o sumiço do Datafolha. Se Temer estivesse em boa situação, estaríamos encharcados de Datafolhas.
Temer não emplacou, enfim. Não pegou. Com o correr dos dias, o sentimento negativo dos brasileiros diante de Temer só vai aumentar.
Presidentes começam com altos índices de popularidade e isso vai minguando com o desgaste do correr dos dias. Não há notícia de presidente que tenha iniciado o mandato com altos índices de impopularidade e depois tenha conquistado o respeito da sociedade.
Temer tem que sair. Isto é um fato da vida. O Brasil não pode esperar até 2018 para se livrar de um homem tão minúsculo diante de desafios tão grandes.
A pedra fundamental para a reconstrução do Brasil é esta: a saída imediata de Temer.
O que virá depois — plebiscito ou coisa do gênero — é hoje secundário diante da urgência em remover Michel Temer.