Da nova leva de diálogos da Vaza Jato, parceria do Intercept com a Folha, há uma frase que encapsula a tragédia:
“Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político”.
Os procuradores se referiam aos grampos de Lula e Dilma e que foram a pá de cal no governo petista.
O “Bessias”, apelido do servidor Jorge Rodrigo Araújo Messias, ficaria nacionalmente famoso, assim como o “Tchau, querida”.
Moro afrontou a lei, desafiou o Supremo e divulgou a escuta obtida fora do período legal no Jornal Nacional.
Diante do escândalo, Gilmar Mendes impediu a posse de Lula na Casa Civil e o resto é história.
Outras conversas mostram que Lula estava relutante e tomou a decisão após uma consulta que incluiu políticos, sindicalistas e Michel Temer.
No dia em que soube do convite de Dilma, Dallagnol, o homem que vive na igreja, o mais probo dos brasileiros, fez piada com o defeito físico de sua nêmesis.
“Igor consegue pra mim CD ou DVD com todos os áudios do 9 e a análise dos que tiver? Estou sem nada pra ouvir no carro rsrsrs”, escreveu no Telegram.
“9” porque Lula tem nove dedos.
No projeto de poder de Moro, Dallagnol e cia., a manipulação era fundamental.
A Justiça, como frisou Deltan, era um detalhe, numa confissão que remete à de Jarbas Passarinho na assinatura do AI-5 em 13 de dezembro de 1968.
“Às favas, senhor presidente, todos os escrúpulos de consciência”, falou.
O ministro do Trabalho e da Previdência Social estava justificando a ditadura sem pudor, escancarada, no período mais trevoso daqueles 21 anos.
A Lava Jato é um câncer para o Brasil. Seu legado é essa idiocracia corrupta encabeçada por Bolsonaro, que tem como acessório Sergio Moro, esperança branca de uma extrema direita de banho tomado.
Era a Gestapo. Muito mais polícia que direito, com um fundamentalista religioso que falava ao espelho sobre ser senador, comparando-se a Jesus Cristo.
Cada minuto a mais que Lula passa na cadeia é a prova de que o Brasil acabou.
Cabe ao STF corrigir o que fez.