A raposa vai cuidar da galinha: Passado de aquisições de empresas brasileiras aponta futuro turbulento para a Embraer

Atualizado em 16 de janeiro de 2019 às 10:16
Embraer

Este texto, publicado no Monitor Mercantil, mostra que outras empresas brasileiras de grande porte, como a Embraer, também desapareceram depois que foram compradas por empresas estrangeiras. Trata-se de negócios, e caberia ao governo do Brasil defender os interesses do país, principalmente em uma área estratégica como a defesa. A Boeing, ligada ao Pentágono, está fazendo o papel dela. O Brasil deveria fazer o seu.

Segue o texto:

Para aqueles que acreditam que a Embraer não será desconstruída e depois fechada, Lynce Naveira, geólogo e patriota, dá alguns exemplos didáticos e emblemáticos que aconteceram aqui no Brasil:

– No fim da década de 1960, a Volkswagen alemã comprou a fabricante de automóveis DKV-Vemag e a fechou.

– Ainda a década de 60, a mesma montadora da Alemanha comprou a também fabricante de automóveis Gordini e a fechou.

– Na mesma na década, a aveia Quaker, norte-americana, comprou as congêneres brasileiras e concorrentes Aveia Purita e Aveia Genser e as fechou.

– Na década de 70, a Alfa Romeo italiana comprou a FNM (Fábrica Nacional de Motores), criada por Getúlio Vargas em 1940, que ficava em Duque de Caxias (RJ) e fabricava o caminhão de carga Fenemê, que chegava a tracionar com uma carreta acoplada, 22 toneladas de carga, que circula até hoje e fabricava o melhor carro de passeio feito no Brasil, o JK. Pois bem, a Alfa Romeo italiana também a fechou.

– A Companhia Nacional de Álcalis, fabricante de sal, barrilha, criada em 1943, no governo de Getúlio Vargas, passou pelo mesmo processo. Em 1992, no Governo Collor, foi privatizada e, depois, fechada. Hoje, nós importamos barrilha dos EUA.

– Voltando um pouco no tempo: em 1917, a Machine Coton Corporation, inglesa, comprou a próspera indústria brasileira de linhas Usina da Pedra, do empresário e empreendedor Delmiro Gouveia, que ficava às margem do Rio São Francisco, e a fechou.

Podem ainda ser citadas empresas como Metal Leve e Cofap (adquiridas pela alemã Mahle) e outras importantes fornecedoras de peças automotivas, hoje meras reprodutoras do que é desenvolvido nas matrizes.

Há um agravante: a Embraer atua no campo de defesa e é a terceira maior fabricantes de aviões do mundo.