A revolta de nossos vizinhos chegará a nós? Por Luis Felipe Miguel

Atualizado em 21 de outubro de 2019 às 17:06
Metrô pegando fogo no Chile. Foto: Reprodução/Twitter

PUBLICADO NO FACEBOOK DO AUTOR

POR LUIS FELIPE MIGUEL

Vendo o que está ocorrendo na América Latina hoje, é impossível não se perguntar: e o Brasil?

As agressões aos direitos, a política de pauperização das maiorias, a entrega das riquezas a grupos estrangeiros, a falência da democracia representativa, o desmonte das políticas sociais e a montante da violência do Estado – não há outro país em que estes processos estejam ocorrendo de maneira tão acelerada e tão profunda.

No entanto, imperam a passividade, a resignação e, em círculos minoritários mas não irrelevantes, até a adesão ao projeto no poder.

Sabemos há muito tempo que é balela a ideia de que a história do Brasil é “pacífica”. Mas temos que reconhecer: a desproporção entre a violência dos dominantes e a reação dos dominados é brutal.

Talvez isso se deva à competência superior das nossas classes dominantes. Ou – talvez mais provável – à nossa incompetência para fomentar a resistência.

Sei é que, enquanto a preocupação maior for montar as chapas para as eleições do ano que vem, não sairemos disso.