Abin de Bolsonaro monitorou ilegalmente jornalistas, políticos e adversários, diz PF

Atualizado em 20 de outubro de 2023 às 8:45
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Repodução

Diversos indivíduos, incluindo jornalistas, advogados, políticos e opositores do governo Bolsonaro, foram vítimas de monitoramento ilegal por parte de um grupo de agentes que está sendo alvo da Operação Ultima Milha, que foi deflagrada na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal (PF). A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

A operação visa investigar o uso irregular de um sistema confidencial de rastreamento de localização, chamado de “FirstMile”, que operou durante os três primeiros anos da gestão bolsonarista, sob a liderança do ex-diretor, Alexandre Ramagem.

Nessa ação, estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Essas medidas judiciais foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Até o momento, foram efetuadas prisões preventivas de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.

O que faz a Abin, agência de inteligência com atuação avaliada pelo Supremo | CNN Brasil
Fachada da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, em Brasília. Foto: Reprodução/Abin

A PF aponta que esses servidores tinham conhecimento da utilização desse sistema pela Abin e teriam exercido pressões indiretas para evitar demissões em processos administrativos disciplinares.

Eles estão sujeitos a responder por crimes como invasão de dispositivo informático alheio, participação em organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

Além das ações de busca e apreensão, a PF solicitou ao STF o afastamento de servidores da Abin, incluindo diretores que foram mantidos em seus cargos pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa. Ele encontra-se fora do Brasil, e os nomes dos alvos ainda não foram divulgados pela PF.

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