A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) teria excluído o gabinete de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de três informes sobre possíveis atos de violência durante a posse presidencial de 1º de janeiro. Os documentos teriam sido enviados ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
Um dos arquivos foi o relatório “Perspectiva de ação violenta por atores extremistas no contexto da posse presidencial”, produzido em 27 de dezembro, 12 dias antes do 8 de Janeiro.
O documento em questão informava que a principal fonte de ameaça extremista à posse eram movimentos de deslegitimação do Estado e supremacistas brancos e neonazistas.
O relatório alertou que, no contexto da posse presidencial de Lula, poderia haver: atos de vandalismo e dano à propriedade pública e privada; ação contra caravanas que chegam para a posse; ataques contra opositores em diferentes pontos de Brasília; conflitos pontuais entre grupos antagônicos, de forma não premeditada; invasões ou bloqueios de prédios, espaços públicos e infraestruturas críticas; invasão do espaço reservado para a cerimônia de posse e demais eventos; e confronto contra forças de segurança.
Naquele contexto, a Abin já via como “provável” a tentativa de execução de ações violentas por parte de grupos extremistas na posse presidencial.
A análise foi feita e enviada à Polícia Federal (PF), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao governo do Distrito Federal e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), menos para a equipe de transição.
A equipe também não recebeu os informes “Indivíduos envolvidos em atos de violência em Brasília/DF” e “Ameaças contra aeroportos no contexto da sucessão presidencial”, ambos de 29 de dezembro.
O informe sobre aeroportos analisa a tentativa de atentado a bomba ao aeroporto de Brasília em 24 de dezembro daquele ano.
A Abin ficava sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que centralizava as informações de inteligência. O ministro-chefe era Augusto Heleno, general da reserva do Exército.
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