Abin paralela: Ramagem presta depoimento de quase 7 horas à PF

Atualizado em 17 de julho de 2024 às 23:11
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) falando em microfone e gesticulando, em pé
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) – Reprodução

O deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, prestou depoimento por quase 7 horas na sede da Polícia Federal no Centro do Rio nesta quarta-feira (17).

O depoimento está relacionado à operação Última Milha, que investiga o uso ilegal de sistemas da Abin para espionagem de autoridades e adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), escândalo que ficou conhecido como “Abin paralela”.

A operação, iniciada em 11 de julho de 2023, investiga o uso de sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. Ramagem, que era diretor da Abin durante a gestão anterior, é suspeito de ter gravado uma reunião com o ex-presidente, na qual se discutiu o uso de órgãos públicos para interromper investigações contra seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL).

A TV Globo informou sobre um possível encontro extraoficial entre Ramagem e o atual diretor da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, que teria ocorrido dentro da agência em junho do ano passado.

Na segunda-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo de uma gravação feita por Ramagem de uma reunião que contou com a participação de Jair Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e das advogadas de Flávio Bolsonaro. Na gravação, o grupo discutiu formas de usar órgãos oficiais para reverter investigações contra o senador Flávio Bolsonaro.

Entenda a investigação contra Flávio Bolsonaro

Em outubro de 2020, o Ministério Público do Rio denunciou o senador e outros investigados por crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema de “rachadinha” durante seu mandato como deputado estadual. O parlamentar foi acusado de chefiar uma organização que recolhia parte dos salários de ex-funcionários para seu benefício.

Em novembro de 2021, o STJ anulou decisões que quebraram os sigilos bancário e fiscal do político. O STF também anulou quatro dos cinco Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) do Coaf que embasavam a investigação. Em maio de 2022, o Órgão Especial do TJ do Rio rejeitou a denúncia contra ele por ausência de justa causa. A reunião gravada por Ramagem ocorreu em 25 de agosto de 2020.

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