A revista Bebê, da Editora Abril, excluiu 311 textos publicados em seu site que teriam sido escritos por Inteligência Artificial (IA). As publicações foram feitas nos primeiros 25 dias de janeiro, o que dá uma média de 12 textos diários, e eram assinadas por Vanessa Tavares, que não consta como funcionária do veículo. A informação é da Folha de S.Paulo.
Todos os textos foram excluídos após a Editora Abril ser questionada se eles seriam produzidos com uso de inteligência artificial ou se existe plágio na produção deles. Em ao menos 22 dessas matérias, há trechos idênticos a textos publicados em outros veículos, como a Folha, o portal UOL, o jornal O Globo e a britânica BBC.
As reportagens de Vanessa Tavares ainda reproduziam entrevistas feitas com exclusividade por esses veículos, que não eram creditados nos textos. Alguns assessores de imprensa citados em suas matérias também negaram terem sido procurados pela suposta repórter.
O site da revista Bebê saiu do ar no dia 26 de janeiro e voltou no dia 31 com apenas 17 matérias genéricas feitas por Tavares e com a assinatura trocada para “Da Redação” ou “Undefined” (“Indefinido” em inglês). Desde a data, apenas um texto foi divulgado no site, sobre ultrassom morfológico.
Antes dos mais de 300 textos de Vanessa serem divulgados, uma repórter e uma editora da revista foram demitidas. Funcionários da empresa relatam que a Editora Globo notificou os funcionários sobre supostos casos de plágio recentemente.
A “entrada” de Vanessa na revista fez a produção aumentar de um a dois textos por dia para até 20 em algumas datas. Nenhuma das publicações trazia qualquer aviso de uso de inteligência artificial.