O avô de Ágatha Vitória Sales Félix não conseguiu esconder a revolta ao saber que o cabo da PM responsável pelo disparo que matou sua neta havia sido absolvido.
O policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi inocentado na madrugada de sábado (9) pelo júri, que entendeu que ele atirou, mas sem a intenção de matar a menina de 8 anos, que foi atingida por um tiro de fuzil nas costas em setembro de 2019, na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.
“É minha neta, não é qualquer uma”, exclamou o avô, visivelmente abalado. “Nós moramos na favela, no morro, mas somos dignos, trabalhadores, queremos respeito. Não queremos policiais despreparados que atiram na minha neta. Pergunta à minha filha onde está a única filha dela agora? Ela está debaixo da terra”, desabafou ele ao deixar o tribunal.
A família de Ágatha também se viu tomada pela dor e indignação. “Eu quero respeito à minha dor de 5 anos pela perda da minha filha”, gritou a mãe em direção ao juiz, depois da leitura da sentença, enquanto o policial, do outro lado, abaixava a cabeça em silêncio.
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O avô ainda lamentou: “A gente espera 5 anos para ver uma decisão, para a justiça prevalecer, e cadê? Agora vamos embora pra casa e vamos dormir onde? Na rua? Porque na cama não vai dar para dormir, nossa cabeça está pesada”.
A decisão do júri, que durou mais de 12 horas, concluiu que o policial atirou, mas sem a intenção de matar. O advogado de defesa de Soares, Rodrigo Mondego, anunciou que recorrerá da sentença, enquanto o Ministério Público, que também se manifestou contra a decisão, informou que fará o mesmo.
A investigação apontou que o disparo foi feito após o policial confundir uma esquadria de alumínio com uma arma, versão que é contestada pela família da vítima, que acredita que a ação foi imprudente e injustificada.
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