Publicado no blog de Marcelo Auler
Um incidente na porta da Superintendência do Departamento de Polícia Federal do Paraná (SR/DPF/PR) onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso, na manhã desta segunda-feira (09/04), por menos significante que seja, levantou uma preocupação entre os apoiadores de Lula com relação a quem circula dentro do prédio da PF, em Curitiba.
O homem que aparece na foto a pretexto de um self com a deputada estadual do Rio Grande do Sul e candidata à presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, um “bolsonarista” confesso, segundo relatos da própria parlamentar, saiu e entrou no prédio da Polícia escoltado por PM. Foi ao acampamento provocar. Enquanto fazia a foto com ela, gritou:
“Aqui a deputada Manuela, com vocês. Chupa. Aqui Bolsonaro”.
Para ela, a questão maior não foi a provocação, mas o fato de que o homem saiu do prédio da polícia e voltou a ele com dois policiais militares ao seu lado, como o escoltando, para evitar agressões.
“Até me dizerem o nome e o RG dele eu tenho o direito de pensar que ele é qualquer pessoa. O interesse em dizer que ele não é um agente, não é o carcereiro, é da Polícia Federal (…) o problema não é o factoide dele. Eu quero saber por que ele está lá dentro e eu não posso entrar? É isso. Quem é ele? Essa é a pergunta: Quem é ele?”
No entendimento dela dos líderes do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, e no Senado, Lindbergh Farias, é preciso saber se o fato de alguém adepto do Bolsonaro circular no prédio não coloca em risco a segurança do ex-presidente.
Os três tentaram falar com o superintendente do DPF no Paraná, Maurício Leite Valeixo. Não foram recebidos. Conversaram novamente com o tenente PM Fleck, do 20º BPM, que comandava o policiamento externo na área, do qual tinham cobrado explicações na rua.
Após isto, ficaram de apresentar representação na Polícia Federal relatando os fatos e juntando as fotos captadas por fotógrafos. Cobrarão a identificação do mesmo.
Algumas fontes do Blog na Polícia Federal do Paraná garantiram que o provocador não trabalha na Superintendência e nem é conhecido pelos policiais consultados.
Dentro da sede da PF, porém, há um clima dividido, segundo narrou quem ali circulou nesta segunda-feira. Há agentes que comemoram a prisão. Outros não só discordam dela, como estão apreensivos com toda a movimentação.
Como fez após os atentados à Caravana de Lula pelo sul do país, como narramos em Rastros da preparação do ataque à caravana de Lula, o Coletivo de Advogadas e Advogados Pela Democracia disponibilizou seu e-mail para quem reconhecer o agressor passar sua identificação, com garantia do sigilo – advogademocracia@gmail.com.
Foi assim que este Coletivo recebeu denúncias sobre postagens nas redes sociais que incentivavam a violência à caravana do ex-presidente. As documentaram e levaram ao Ministério Público do Estado. (…)