Uma falha no sistema anti-congelamento é uma das principais hipóteses para o acidente aéreo que deixou 62 mortas em Vinhedo, no interior de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).
A suspeita é de que o problema tenha provocado um acúmulo de gelo na aeronave, que fez com que ela começasse a girar “em parafuso chato”, uma condição conhecida como estol, até colidir com o solo.
A aeronave caiu aproximadamente de 5 km em menos de dois minutos e explodiu após o impacto, provocando um incêndio.
O piloto solicitou à torre de comando autorização para reduzir a altitude da aeronave, afirmando que os níveis de gelo estavam muito elevados. No entanto, a torre teria negado o pedido.
? URGENTE:
Esse é o modelo do avião que caiu agora a tarde em Vinhedo, São Paulo!
Informações iniciais dão conta de que a capacidade é de 68 pessoas! pic.twitter.com/tNp6trcCAo
— Jornal do X (@JornaldoX) August 9, 2024
O especialista em aviação Roberto Peterka disse ao Metrópoles que, caso a aeronave estivesse a uma altitude mais elevada, o gelo poderia ter derretido, permitindo que o avião retomasse o controle normal.
“Ele veio numa perda de controle em voo. A hipótese provável é justamente a formação de gelo. O gelo acaba se formando nas asas e altera o perfil aerodinâmico, e aí a aeronave perde a sustentação e vem para o chão. Provavelmente, se ele tivesse mais altura, o gelo poderia descongelar, e ele adquirir as condições de voo normal”, afirmou Peterka.
Imagens capturadas de diferentes ângulos mostram o momento da queda do avião, que caiu verticalmente até atingir o quintal de uma casa em um condomínio no bairro Capela.
O avião PS-VPB, de matrícula PTB 2283, havia partido de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Entre as vítimas, estão 58 passageiros e quatro tripulantes, cujas identidades ainda não foram divulgadas.