Durante a campanha eleitoral, Aécio Neves, o meninão das Gerais, denunciou em diversas ocasiões o que chamou de “submundo da internet”. Era dali, explicou num Roda Viva, que vinham as histórias de que ele cheirava cocaína, batia em mulher etc.
Obviamente que ninguém sério acreditou no que Aécio declarava, mas, enfim, era um jeito de ele se defender.
O desmascaramento do site Implicante trouxe à tona mais um sinal de que operar nesse submundo é uma especialidade do PSDB e não é nova.
O que o próprio Aécio e sua irmã Andrea fizeram em Minas durante sua gestão e a do abnegado sucessor, Anastasia? E as rádios da família? E o jornal O Estado de Minas, com sua cobertura vergonhosamente favorável aos interesses da família Neves?
Aécio já havia sido vítima do jogo sujo do inimigo José Serra, que foi a fonte do articulista do Estadão Mauro Chaves para o famoso texto “Pó Pará, Governador”, um dos golpes mais baixos da política nacional recente. Os gravataís merengues sempre estiveram por aí.
Por isso não chega a ser surpreendente que a Appendix, empresa de Fernando Gouveia, dono do Implicante, tenha como sócia Cristina Ikonomidis, secretária adjunta de Comunicação Institucional do governo José Serra, responsável pelas visitas a escolas que tentavam dar um tapa em sua imagem.
A regra desse pessoal é aquela atribuída a Lênin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.”
O que é um gravataí merengue diante do aparelhamento selvagem da TV Cultura em SP? Quanto Marco Antonio Villa e Luiz Felipe Pondé recebem de salário para espalhar a desinformação e a burrice com suas distopias comunistas? Estava embutido no salário de Vila, pago com dinheiro público, comentar a posse de Alckmin como se fosse a coroação de Napoleão?
A resposta do governo paulista para o imbroglio do Implicante foi uma carta na Folha de um sub do sub da secretaria de Cultura afirmando, basicamente, que ninguém financia nada. Ok. Você precisa ser muito ingênuo ou mal intencionado para acreditar que nisso.
Quantos blogs vagabundos não fazem esse trabalho para governos e prefeituras tucanas, recebendo, digamos, “indiretamente”? Quem sustenta a Folha Política, por exemplo, uma picaretagem jornalística pior ainda que o Implicante, dirigida por anônimos com mais de 1 milhão de curtidas?
Por mais que não dê em nada, é bom que esses sicários saiam da sombra para que, pelo menos, gente como Aécio, Serra e Alckmin possa cumprimentar seus amigos de submundo.