E por falar em China: a Unesco acaba de lançar um relatório que mostra os investimentos dos países em pesquisa e desenvolvimento, P&D. O último estudo fora publicado em 2005;
P&D significa inovação e compromisso com o futuro. Quanto mais um país investe em P&D, melhor – basicamente é isso. É um dos mais acurados termômetros de avanço.
Ninguém tocou nisso na campanha eleitoral brasileira, e é uma pena que a mídia tenha se preocupado tanto com coisas como o fabuloso atentado de bolinha de papel contra Serra.
Bem, para facilitar: o relatório mostra o declínio de potências científicas tradicionais, a chamada Tríade: Estados Unidos, União Européia e Japão. A recessão pegou forte a Tríade e isso se refletiu em P&D.
O Brasil avançou. Entre 2002 e 2008, o número de publicações científicas no Brasil dobrou. Passou de 26 000. Mas a maior parte dos trabalhos brasileiros se dá nas ciências humanas. Na China, as obras publicadas giram em torno de física, matemática, química, engenharia e tecnologia. No mesmo período, o número de pesquisadores no Brasil subiu de 72 000 para 125 000. Bom. Na China os pesquisadores eram 810 0500 e agora são 1,4 milhão.
Mais uma vez, como em tantas outras coisas, o Brasil vai bem, mas a China anda a uma velocidade muito maior. Os pesquisadores no Brasil saíram de Em breve, segundo o estudo, a China vai ser o país com o maior número de cientistas.
O governo chinês planeja atrair 2 000 cérebros de fora até 2010 e colocá-los em universidades, centros de pesquisa, laboratórios e grandes empresas. O projeto se chama Mil Talentos. O gasto em P&D na China também vai aumentar em proporção a seu PIB, segundo já anunciou o governo.
Dilma estará inteirada disso? Deveria.
Bem, dá para entender por que a China é a história mais interessante que o mundo vê nestes tempos?