O adolescente de 17 anos que confessou à Polícia Federal ter invadido o perfil da primeira-dama Janja Lula da Silva no X (ex-Twitter) detalhou como acessou a conta. Alvo de busca e apreensão no Distrito Federal, o jovem também admitiu que fez as publicações ofensivas contra ela. A informação é da coluna de Bela Megale no jornal O Globo.
Ele disse ter encontrado o e-mail e a senha da primeira-dama por meio de um vazamento de dados na internet. O adolescente relatou que não planejou a invasão previamente e que fez o acesso de maneira casual na internet.
Em seu depoimento, relatou também que acessou a conta de e-mail e o perfil no LinkedIn da primeira-dama, mas que não analisou ou baixou qualquer conversa ou outro tipo de informação. O adolescente diz que o objetivo da invasão ao perfil no X era apenas fazer publicações e que está arrependido da ação.
Apesar das alegações do adolescente, ele usou o perfil de Janja para promover ataques contra a própria primeira-dama, o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a invasão, antes da PF bloquear o perfil, ele disse estar “nem aí” para a possibilidade de ser preso.
A Polícia Federal apreendeu com o adolescente um computador, dois celulares e cinco pen-drives. Por ser menor de idade, foi ouvido na condição de informante. O caso é investigado como difamação e invasão de dispositivo informático, e corre no inquérito das milícias digitais, conduzido por Moraes, por ter disseminado conteúdo de ódio contra autoridades.
Antes da busca e apreensão desta quinta (14), a PF já havia realizado operações contra duas pessoas em Minas Gerais. Um dos suspeitos, de 25 anos, foi ouvido e liberado, mas a corporação investiga se ele atuou em conjunto com o adolescente que confessou o crime.
Após a invasão de seu perfil, Janja disse que é alvo de “ataques de ódio e desrespeito”, mas que o hackeamento de sua conta mostra que a ofensiva chegou “a outro patamar”.
“Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. A realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente”, afirmou a primeira-dama.