O advogado Cezar Bittencourt, que defende o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, deu uma entrevista sambarilove para a GloboNews nesta sexta.
Bitencourt admitiu que conversou com o advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Bueno, na noite desta quinta (17). O contato aconteceu no mesmo dia em que Bitencourt declarou que Cid iria admitir que vendeu joias a mando do ex-presidente.
De acordo com Bittencourt, a conversa foi amigável e ele não sobre intimidação. Bueno é um homem “gentil”, “bem preparado” etc.
“Eu falei com ele na madrugada. Ele me ligou. E não tem nenhum problema, não sei qual é a diferença, é um grande advogado com grandes referências que me foram dadas por outro profissional. Qual é o problema? Não tenho censura, não. Não tem problema nenhum. Não preciso esconder e nem revelar”, disse.
Menos de 24 horas depois de confirmar à Veja que seu cliente iria apontar Bolsonaro como mandante de um esquema de contrabando, ele recuou e afirmou não ter falado sobre as transações envolvendo as joias recebidas por delegações estrangeiras.
Em mensagem enviada ao Estadão, na madrugada desta sexta-feira (18), Bitencourt escreveu: “Não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja. Não se falou em joias “.
A revista o desmentiu e publicou os áudios da entrevista.
Ao ser questionado se conversou com a defesa de Jair Bolsonaro, Cezar Bitencourt diz que amigo em comum de São Paulo fez ligação para falar de advogado: "Eu não sei quem são… Ouvi falar". Veja trecho da entrevista exclusiva do #Estudioi.
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— GloboNews (@GloboNews) August 18, 2023
À GloboNews, ele afirmou que seu cliente vendeu o Rolex e entregou o dinheiro em cash para Bolsonaro ou para Michelle.
“Pelo que eu sei, [o dono] era o presidente. Isso não quer dizer que [Cid] tenha entregue [o dinheiro] direto para o presidente, pode ter sido para a primeira-dama”, falou.
Na quinta-feira, o advogado declarou que seu cliente confessaria ter vendido as joias nos Estados Unidos por determinação de Bolsonaro, e que havia entregado o dinheiro para o ex-chefe. Agora ele alega que se referiu apenas ao Rolex.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid, no sistema do Ministério da Saúde, de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente.