O advogado Cezar Bitencourt concedeu entrevista ao Estadão e nela explicou as alterações na linha de defesa de seu cliente, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,tenente-coronel Mauro Cid e admitiu que houve um contato entre ele e o advogado do ex-presidente. Durante a semana, ele havia dito à Veja que Bolsonaro teria pedido ao militar que vendesse as joias. À Globonews, entretanto, ele retirou essa parte. Confira trechos:
O senhor mudou o discurso em relação à linha de defesa?
Eu vou dar 20 ou 30 versões, posso dizer o que quiser. A versão da defesa, efetivamente, vai vir nos autos. Não é questão de mudar. Imagine se eu tivesse que ficar preso com uma informação que eu dei? A defesa técnica eu faço no processo. Eu falo sobre fatos para jornalistas, não vou falar sobre defesa técnica.
O senhor diz à revista Veja que o Bolsonaro teria pedido para vender as joias. E quando o senhor fala com a Globo News o senhor tira essa parte. É um detalhe mínimo, mas importante, certo?
É, mas eu tinha que ter uma confirmação desse negócio porque eu poderia ter me enganado, né? Eu não tenho muita simpatia por ele, então tenho que tomar mais cuidado para não deixar essa antipatia falar.
Mas o senhor confirma que teve essa mudança?
Teve uma pequena mudança de redação. Teve, sim. A defesa eu não mudei porque eu não fiz a defesa ainda, isso eu vou fazer nos autos. Eu tô dando informações. Não é aquilo que a gente fala para a imprensa que a gente coloca no processo. (…)
O senhor chegou a conversar com o dr Paulo Bueno, advogado do Bolsonaro?
Conversamos. Ele me telefonou, nos cumprimentamos. Não tem problema.
Qual foi o teor da conversa com ele?
Papo furado. A gente se trata bem. O advogado não é inimigo da parte contrária. Nós não assumimos a posição de parte, nós somos advogados da parte. Um jornalista não vai ficar inimigo de outro jornalista. (…)