Advogado de Lessa diz que é normal pessoas de direita pesquisarem por “Freixo enforcado”

Atualizado em 31 de outubro de 2024 às 16:16
Marcelo Freixo em homenageando Marielle Franco após morte da vereadora. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (31), acontecem novos depoimentos no julgamento dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes em 2018. Na última audiência, o advogado de Ronnie Lessa, Saulo Carvalho, buscou justificar as buscas realizadas por Lessa sobre o ex-deputado Marcelo Freixo como parte do perfil político do ex-sargento e morador da Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro.

Durante sua sustentação oral, Carvalho argumentou que as pesquisas de Lessa, que incluíam informações sobre endereços de Freixo, sua filha e até termos como “morte de Marcelo Freixo” e “Marcelo Freixo enforcado”, poderiam ser interpretadas como reflexo de uma postura comum entre “pessoas de direita”.

“Com relação às pesquisas que ele (Ronnie) fez em relação a Marcelo Freixo, Ronnie Lessa era morador da Barra da Tijuca, um lugar evidentemente, de sua maioria de direita, às vezes até de extrema-direita. Alegar que Ronnie Lessa pesquisou Marcelo Freixo em situações, enforcamento, morte da Dilma, etc… isso aí para uma pessoa de direita, muitas das vezes é até o que se espera, infelizmente”, declarou o advogado ao Tribunal do Júri.

Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. Foto: reprodução

Ainda que tenha pedido a condenação de Lessa, Carvalho destacou a importância de uma “condenação justa”. O julgamento segue sob forte pressão, especialmente com a expectativa da sentença para Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, que também está sendo julgado pelo caso.

Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/FTMA), sob acusação de duplo homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado e receptação do veículo utilizado no crime, um Cobalt roubado.

O MP-RJ afirmou que irá requerer ao Conselho de Sentença do IV Tribunal do Júri a pena máxima para os acusados, apontados como executores do crime ocorrido em 14 de março de 2018. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019, e a investigação sobre o caso revelou um esquema complexo envolvendo outros suspeitos, ainda não identificados publicamente.

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