Aécio deu o argumento para seu advogado Velloso desistir do ministério da Justiça: “Pense no Brasil”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 18 de fevereiro de 2017 às 9:54
"Pense no Brasil"
“Pense no Brasil”

 

Aécio Neves não conseguiu convencer seu advogado Carlos Velloso a ir para o Ministério da Justiça. Velloso mesmo se incumbiu de vazar a conversa que teve com o tucano.

“Pense no Brasil”, ter-lhe-ia dito Aécio, não se sabe se em que tom, nem se esfregava as mãozinhas suadas.

Velloso fez as contas do que ia ganhar e perder embarcando num governo enfiado até o pescoço em corrupção. Não precisou sofrer muito para chegar a uma decisão.

A desculpa que usou foi que compromissos pessoais com seus clientes o impediram de aceitar o cargo. Desde 2006, quando se aposentou no Supremo, Velloso mantém um escritório em Brasília.

“Continuarei à disposição do presidente Temer, amigo de cerca de 40 anos, para auxiliá-lo de outra forma, na missão que o destino conferiu ao consagrado constitucionalista de recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento econômico, com justiça social”, afirma numa nota.

Mas o que pesou, certamente, foi o apelo de Aécio. Os dois se conhecem há anos. Velloso conta que não cobra honorários para defender o amigo nos dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal como desdobramento da Operação Lava Jato.

Uma coisa é alguém interessado no Brasil pedir para pensar no Brasil. Outra é alguém interessado em si mesmo.

Segundo um ditado mineiro, em brejo que tem sanguessuga, macaco bebe água de canudinho.