João Doria mandou o PSDB dar um xeque mate em Aécio.
Segundo Lauro Jardim, o mineirinho tem até quinta, 15, para sair. Caso contrário, passará pelo constrangimento de ser expulso.
Quem acredita na sinceridade da medida acredita em qualquer coisa. Jogar Aécio na vala comum é mais uma jogada de marketing do gestor. Um cálculo pensando em 2022.
Fosse sério o desejo de promover moralidade, Doria poderia começar pelo seu pau mandado Bruno Araújo, que responde pelo comando nacional do PSDB.
Na sua ficha corrida, Bruno responde pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato. É suspeito de ter recebido R$ 600 mil da empreiteira Odebrecht para agir em favor da empresa no Congresso quando era deputado federal.
No início do ano, Gilberto Kassab, que ia ser o seu braço direito na articulação política, abriu mão de uma vaga no primeiro escalão do governo para se esconder da Justiça.
Rodrigo Garcia, vice-governador e coordenador do toma lá, dá cá do Palácio dos Bandeirantes, teve o irmão foragido por causa de um grande escândalo na gestão de Kassab na prefeitura da capital: o da máfia do ISS, que envolveu até a Interpol na captura dos suspeitos.
Não é o caso de alongar a história, pois o envolvimento de correligionários de Doria com corrupção é tão constante quanto extenso. Por onde se olha há rolo.
Mas, como bom marqueteiro, Doria sabe que é preciso um bode expiatório para aplacar a fúria por justiça do seu eleitorado: esse bode é Aécio – por isso o desejo de tirá-lo da sala o mais rápido possível.