Apavorado pelo fantasma de Marina Silva e vendo suas chances de disputa de segundo turno caírem do helicóptero, Aécio Neves agora busca captar votos entre eleitores “indecisos de tendência esquerdista” ou sei lá que espectro o candidato mira.
Crítico feroz do governo Dilma, Aécio apresentou propostas de cunho social.
Prometeu corrigir as aposentadorias, por exemplo. Além do reajuste anual pelos cálculos atuais (variação de inflação e PIB), um adicional que acompanhe a variação dos preços dos medicamentos será considerado. Ele batizou este programa de Digna Idade.
Disse que irá criar também uma Poupança Jovem. Para cada ano que o jovem não abandone a escola nem se envolva com a criminalidade, um valor de 1000 reais é depositado. Ao final dos três anos do ensino médio, e só aí, um total de 3 mil reais poderá ser sacado pelo estudante. A princípio, o programa começará pelo Nordeste.
A Previdência Social já gasta mais do arrecada. Como criar um adicional?
Durante os três anos depositados, os 3 mil reais da Poupança Jovem não serão corrigidos até o saque, serão 3 mil e nada de atualização monetária? É uma poupança ou não? No ensino médio ao qual o jovem será incentivado a permanecer, quais as instruções ou aconselhamentos sobre o que fazer com o valor a ser resgatado?
Prometeu ainda, de largada, aumentar em 10% o valor pago pelo Bolsa Família. Pode chegar a mais para beneficiários que cumprirem determinados requisitos, como alunos que se destaquem nos estudos ou adultos que façam cursos de qualificação profissional.
Para o tucano, isso corrigiria uma distorção da gestão atual. “O governo do PT se contenta em administrar a pobreza. Vou trabalhar para superar a pobreza. Se tem um pai de família do interior que fica passivo na praça, tranquilo porque recebe o cartão do Bolsa Família, se ele se qualificar, pode receber durante o tempo da qualificação mais 50%. Vamos ser proativos.”
O Bolsa Família é concedido a famílias com renda per capita inferior a 77 reais mensais e o governo já paga benefícios extras para famílias com gestantes, crianças e adolescentes.
O valor médio pago atualmente é de 169,90 reais por família. Em junho, os benefícios já foram reajustados em 10%.
Aécio não tem novidades nem explica o impacto orçamentário de suas propostas requentadas.