O empresário Luiz Frias decidiu nesta terça-feira (25) renunciar à presidência da Folha da Manhã, empresa que controla o jornal ‘Folha de S. Paulo’.
A decisão foi feita em meio a uma disputa judicial travada entre ele e sua irmã, Maria Cristina Frias, que o acusou de ilegalidade e uso de informação privilegiada em uma transferência de ações do Grupo UOL.
Em 2017, Luiz teria recebido ações equivalentes a 1,29% do capital do UOL para quitar um empréstimo de R$ 30 milhões com a FolhaPar, holding que controla a empresa. A operação teria sido feita alguns dias antes da abertura de capital da PagSeguro, empresa de pagamentos eletrônicos do UOL.
Luiz é acusado de ter autorizado a operação com as ações a preço baixo, sabendo que estas logo se valorizariam. Segundo Cristina, sua irmã mais velha, a transferência prejudicou os acionistas da FolhaPar, que edita a Folha de S.Paulo.
A crise entre os irmãos se agravou em agosto de 2018, com a morte de Otavio Frias Filho, então diretor de redação da ‘Folha de S. Paulo’. Maria Cristina assumiu o comando do jornal, mas foi destituída meses depois, em março de 2019, por Luiz Frias, que indicou Sérgio Dávila, que era editor-executivo, para dirigir o jornal de maior circulação do país.
Na ação movida contra o irmão, Cristina afirma que o preço dos papéis estava “muito abaixo do real”. Ela diz que “a administração da FolhaPar detinha ‘informações privilegiadas, relacionadas às condições da abertura de capital da PagSeguro, tendo delas irregularmente se utilizado’. Ou seja, aponta que seu irmão autorizou a transferência das ações a um preço baixo, sabendo que valeriam muito mais”. O processo corre em segredo de justiça.