O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia que o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), durante os ataques terroristas de 8 de janeiro foi importante para evitar um “efeito dominó”. Na ocasião, ele também determinou o desmonte imediato de acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército e a prisão em flagrante dos terroristas.
“Naquele momento, era importante evitar o efeito dominó. Havia a possibilidade de demais policiais militares também aderirem ao golpe. Isso não ocorreu. Mas, naquele momento, sem maiores informações, nós não poderíamos permitir essa possibilidade”, afirma o magistrado à CNN Brasil.
Além do afastamento do governador e as medidas contra os terroristas, Moraes também determinou as prisões do então secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do então comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira.
“Nesse contexto, o afastamento e a prisão do comandante da Polícia Militar do DF foram medidas muito corretas. Ao mesmo tempo, determinei o afastamento do governador Ibaneis para evitar que outros governos estaduais aderissem a essa tentativa de golpe”, prossegue.
Em 1º de janeiro de 2023, pelo menos 13 dos 27 governadores empossados tinham declarado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Para Moraes, as decisões tomadas na ocasião e referendadas em 11 de janeiro pela maioria do STF “acabaram estancando qualquer possibilidade de ampliação da tentativa de golpe”. “Era a demonstração de que o Supremo não iria admitir nenhuma tentativa de golpe”, aponta o ministro.