Agência S&P eleva nota de crédito do Brasil para BB

Atualizado em 19 de dezembro de 2023 às 17:43
Sede da S&P. Foto: Brendan McDermid/Reuters

A S&P Global Ratings, agência de classificação de risco, elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB. A melhora na perspectiva da instituição ocorre após a aprovação da reforma tributária e as perspectivas de crescimento econômico do país.

A classificação ainda indica um “grau especulativo”. Ou seja, para a agência, o Brasil está menos vulnerável a riscos a curto prazo, mas ainda enfrenta incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. A S&P avalia que o déficit nas contas públicas segue elevado.

“A perspectiva estável da nota reflete nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo”, diz a agência em comunicado.

“Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados”, prossegue.

Deputados comemoram aprovação da reforma tributária. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

A agência afirmou que pode revistar a nota e reduzi-la caso identifique uma má implementação de políticas públicas e um aumento da dívida pública acima do esperado. “Uma deterioração na sinalização política também poderia reduzir os fluxos de investimentos diretos estrangeiros e, assim, enfraquecer a posição externa do Brasil”, diz a S&P.

A instituição também admite que pode elevar ainda mais a nota caso o quadro fiscal do Brasil se estabilize antes do esperado ou as reformas estruturais e econômicas implementadas recentemente gerem um impulso no crescimento do país.

O Brasil foi rebaixado para a nota BB- em 2018 e a perspectiva da agência só melhorou em junho deste ano. A mudança reflete a solidez das finanças do país e indicam que ele tem uma capacidade de honrar compromissos financeiros ao longo do tempo.

Com a nova elevação da nota, o Brasil fica a dois passos do “grau de investimento”, rótulo da S&P que aponta a investidores menor risco de calotes. O país já havia conquistado esse nível pela primeira vez em 2008, mas perdeu o selo de bom pagador em 2015.

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