A S&P Global Ratings, agência de classificação de risco, elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB. A melhora na perspectiva da instituição ocorre após a aprovação da reforma tributária e as perspectivas de crescimento econômico do país.
A classificação ainda indica um “grau especulativo”. Ou seja, para a agência, o Brasil está menos vulnerável a riscos a curto prazo, mas ainda enfrenta incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. A S&P avalia que o déficit nas contas públicas segue elevado.
“A perspectiva estável da nota reflete nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo”, diz a agência em comunicado.
“Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados”, prossegue.
A agência afirmou que pode revistar a nota e reduzi-la caso identifique uma má implementação de políticas públicas e um aumento da dívida pública acima do esperado. “Uma deterioração na sinalização política também poderia reduzir os fluxos de investimentos diretos estrangeiros e, assim, enfraquecer a posição externa do Brasil”, diz a S&P.
A instituição também admite que pode elevar ainda mais a nota caso o quadro fiscal do Brasil se estabilize antes do esperado ou as reformas estruturais e econômicas implementadas recentemente gerem um impulso no crescimento do país.
O Brasil foi rebaixado para a nota BB- em 2018 e a perspectiva da agência só melhorou em junho deste ano. A mudança reflete a solidez das finanças do país e indicam que ele tem uma capacidade de honrar compromissos financeiros ao longo do tempo.
Com a nova elevação da nota, o Brasil fica a dois passos do “grau de investimento”, rótulo da S&P que aponta a investidores menor risco de calotes. O país já havia conquistado esse nível pela primeira vez em 2008, mas perdeu o selo de bom pagador em 2015.