Na quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) realizou buscas na sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), como parte de uma investigação sobre um suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com informações de Andréia Sadi, do G1.
Durante a operação, um dos principais alvos foi o deputado Alexandre Ramagem, que já ocupou o cargo de diretor na Abin e mantém proximidade com a família do ex-presidente brasileiro. Segundo informações da PF, as investigações envolvendo Ramagem teriam sido prejudicadas devido ações de obstrução por parte de agentes da Abin.
Esquema de espionagem para favorecer Bolsonaro e família
Ainda de acordo com informações da corporação e do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o esquema montado na Abin visava beneficiar Jair Bolsonaro e seus familiares, incluindo os filhos Jair Renan e Flávio Bolsonaro. Além disso, adversários políticos da família teriam sido alvo da espionagem ilegal.
Também há indícios de que a agência teria atuado ilegalmente em vários outros casos, incluindo mais investigações sobre os filhos de Bolsonaro e a descredibilização das urnas eletrônicas.
Resistência dos funcionários da Abin durante as buscas
Agentes da PF afirmaram que encontraram resistência por parte dos funcionários da Abin durante as buscas. Segundo a corporação, os investigados questionaram a extensão dos mandados e impediram o acesso aos documentos, dificultando a investigação.
O objetivo das buscas era acessar documentos produzidos pela chamada “Abin paralela”, responsável pela espionagem irregular – a atual direção da agência, ainda segundo os agentes, também teria criado obstáculos para o acesso da PF a esse material.
Diante da resistência, a PF solicitou a intervenção do ministro Moraes para garantir o acesso aos documentos necessários para a investigação. Somente assim foi possível avançar nas apurações.
Avaliação do governo sobre a cúpula da Abin
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está avaliando a possível demissão da cúpula da Abin, incluindo Luiz Fernando Correa, chefe da agência. Ministros do STF também consideram a situação insustentável, porém, ainda não houve uma decisão final.
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