O coach bolsonarista Pablo Marçal está sendo denunciado à Polícia Civil por um participante do reality show “La Casa Digital 3”, uma criação do empresário, que também se lançou como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. A denúncia foi formalizada na Delegacia de Serra Negra (SP), na última terça-feira (28).
O simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo acusado de contravenção penal e de colocar em risco a vida dos participantes do programa, conforme informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
O denunciante, Luiz Godoy, alega ter sido agredido e insultado por monitores durante sua participação no reality, que apresenta desafios de resistência física e mental. Em seu depoimento à polícia, que durou duas horas, ele relatou ter recebido socos na barriga e sido chamado de “trouxa” e “bosta” com a intenção de “desbloquear a mente”, segundo os mentores do programa.
Além disso, Godoy acusa o bolsonarista de desobedecer a uma decisão judicial que o proíbe de realizar atividades em locais de natureza sem autorização das autoridades competentes, medida estabelecida em 2022 após o empresário se perder durante uma expedição no Pico dos Marins (SP), argumentando o Ministério Público sobre o risco à vida das pessoas.
O reality “La Casa Digital 3”, conforme a denúncia, ocorreu neste mês em uma fazenda em Itu, no interior de São Paulo.
“[Os participantes] Tiveram que fazer uma prova em lago que media aproximadamente 50 metros e, em dupla, teriam de montar uma jangada com cano de PVC, após a montagem dos canos tinham que atravessar o lago sem uso de coletes salva vidas e não havia bombeiros e médicos salva vidas no local. Que o lago que tiveram que atravessar possuía cercas de arame farpado e a água era muito suja”, diz trecho do boletim de ocorrência.
“Afirma que foi submetido a uma situação de perigo, que uma participante desta prova, chamada Stacy, passou a ter constantes dores na barriga e diarreia, e ainda posteriormente ficou sabendo por uma terceira pessoa que o lago que atravessou continha cobras”.
Godoy afirmou que foi estimulado por monitores a discutir com outro participante do programa, Paulo Silveira. Ele também disse que só permaneceu no programa por acreditar em uma premiação para os participantes e por temer a repercussão negativa caso desistisse, narrando os acontecimentos ocorridos em 5 de maio.