O CNMP decidiu suspender por 30 dias o procurador de Justiça da Bahia Rômulo de Andrade Moreira.
Moreira foi acusado de ofender a honra do presidente Jair Bolsonaro por causa de um post intitulado “Eu detestaria estar no lugar de quem venceu”.
A bela frase é de Darcy Ribeiro.
“Optou-se por um sujeito fascista, preconceituoso, desqualificado, homofóbico, racista, misógino, retrógrado, arauto da tortura, adorador de torturadores, amante das ditaduras, subserviente aos militares”, escreveu.
“Enfim, um ‘bunda-suja’ (como os militares de alta patente designam aqueles que não subiram na carreira, o caso do capitão, que não era respeitado nem pelos seus superiores)”.
Pela decisão, Moreira ficará um mês afastado sem salário.
Para o relator do caso, Luciano Maia, ele “violou deveres legais de manter pública e particularmente conduta ilibada e compatível com o exercício do cargo e de zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções, e pelo respeito aos membros do Ministério Público, aos magistrados e advogados”.
Ok, ok. Moreira perdeu a linha e deu na medalhinha de Jair.
O fato é que aquele mesmo fórum, naquela mesma terça, julgou Deltan Dallagnol.
O CNMP reabriu uma investigação contra Dallagnol, alvo de nove representações.
Um recurso foi rejeitado e Dallagnol responderá processo administrativo disciplinar por criticar ministros do Supremo Tribunal Federal durante uma entrevista à CBN.
Sem suspensão.
Não é difícil ver quem, entre Moreira e Dallagnol, teve conduta menos “ilibada” e não zelou pelo “prestígio da Justiça”.
DD é um morto vivo e não tem mais serventia.
Vai ficar esperneando no Twitter, se defendendo e roendo as unhas enquanto novos vazamentos vão sendo revelados.
Mas seus pares o consideram, depois de tudo o que se viu, mais inofensivo do que um homem que chama o capitão de “bunda-suja”.
Aha, uhu.