Originalmente publicado em JORNALISTAS PELA DEMOCRACIA
Por Eric Nepomuceno
No original mexicano, que de tantas variações deixou de ter autor e passou a ser considerada de domínio popular, a letra da canção diz o seguinte:
Ay, ay ay ay… canta y no llora…
A tradução brasileira, também sem autor conhecido, variou:
Ai, ai ai ai… tá chegando a hora!
Pois tanto a versão mexicana quanto a nossa se aplica, e na veia, ao Jair Messias de agora.
Ou ele canta, sem chorar, uma canção de despedida, ou canta achando que a hora chegou e se lança num golpe.
Já se sabe que ele extirpou o ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo e Silva, porque ele não quis demitir o comandante-geral do Exército, Edson Pujol
E também para buscar um maior e mais explícito apoio militar a ele, o presidente Genocida.
O que vão fazer os comandantes das três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – não se sabia até o momento em que escrevo, tarde da noite de segunda-feira.
Uma coisa, porém, é certa: são duas únicas saídas, e as duas são tremendamente assustadoras.
Ou o Genocida consegue o apoio das Forças Armadas e dá um golpe, ou vai atrás da força das Policias Militares e das milícias armadas e alentadas por ele, e tentar, ele mesmo, dar o golpe.
Jornalistas lembram que o total dos contingentes das Polícias Militares, mais os milicianos, são muito maiores, em número, que as Forças Armadas. Esquecem que com capacidade letal muito menor que Exército, Marinha e Força Aérea, as tais Polícias Militares podem fazer muito barulho, matar muita gente, e nada mais.
Podem provocar um morticínio, prender e torturar muita gente, mas podem ser rapidamente controladas.
Portanto, ir atrás de forças paralelas provocará outro – outro – genocídio absolutamente em vão.
Ou temos a alternativa: Jair Messias conseguir o apoio das Forças Armadas e dar, ele mesmo, o tal golpe tão anunciado e insinuado e esperado.
Em termos políticos, Jair Messias tem cada vez menos e menos apoio.
O Congresso está contra ele. Contra ele estão médicos, cientistas, pesquisadores, prefeitos, governadores, cidadãos com um mínimo de lucidez e decência. E o mundo.
A questão urgente, urgentíssima, é a seguinte: trocar o Genocida por um general reacionário, porém cordato, ou por quem????
A única coisa certa é que com Bolsonaro, desequilibrado, boçal, assassino e infeliz, não dá mais nem para uma semana.
Quem virá? E quando?