O governo da África do Sul acusou formalmente Israel de atrasar a repatriação de brasileiros e outros estrangeiros de dupla cidadania em Gaza devido a pedidos por cessar-fogo, conforme revelado pela rede árabe Al Jazeera.
Israel estaria escolhendo países “amigáveis” para repatriação
De acordo com relatórios da Al Jazeera, Israel estaria escolhendo países considerados “amigáveis” para permitir a saída de seus nacionais, colocando aqueles que assumiram posição contrária ao ataque em Gaza no final da lista.
A África do Sul destaca que a saída dos sul-africanos pode levar até 20 dias. O governo sul-africano alerta que os ataques de Israel não apenas afetam a saída de cidadãos estrangeiros, mas também colocam em risco a infraestrutura financiada pelo Fórum IBAS em Gaza. Investimentos em projetos como a unidade cardiotorácica no hospital al-Quds estão sob ameaça devido aos bombardeios.
Cenário em Gaza: Militares israelenses cercam a região e rejeitam cessar-fogo
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse nesta quinta-feira (9) que Gaza foi cercada quase uma semana depois que suas forças expandiram as operações terrestres no enclave governado pelo Hamas.
“Os soldados israelenses completaram o cerco à cidade de Gaza, o centro da organização terrorista Hamas”, disse Hagari a jornalistas.
O militar israelense também afirmou que um “cessar-fogo não está atualmente sobre a mesa” de negociações de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que na semana passada disse que a guerra contra o Hamas havia entrado na “segunda fase” em meio a uma escalada da guerra terrestre, também afirmou na noite de quinta-feira que as forças israelenses estavam no “auge da batalha”.
“Tivemos sucessos impressionantes e passamos pelos arredores da Cidade de Gaza”, disse ele. “Estamos avançando.”
Condenação internacional e resposta do Hamas
Relatores especiais da ONU pedem um cessar-fogo em Gaza, alertando para o “grave risco de genocídio” enfrentado pelos palestinos. Enquanto Israel ataca Gaza, a ala militar do Hamas adverte que o enclave será uma “maldição da história para Israel”. Mais de 11 mil pessoas morreram desde o início do conflito, iniciado no dia 7 de outubro, entre Israel e o Hamas.
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