Alberto Fernández: Kirchnerismo se perdeu de suas origens

Atualizado em 6 de maio de 2024 às 11:32
Alberto Fernández. (Foto: Reprodução)

Em sua primeira entrevista na Argentina após deixar a presidência, Alberto Fernández expressou críticas ao kirchnerismo, a corrente política do peronismo que foi derrotada nas últimas eleições pelo projeto ultraliberal do atual presidente, Javier Milei. Com informações da Folha de S.Paulo.

Falando ao canal Cenital, ele discutiu a crise no peronismo e sua relação complicada com a ex-presidente Cristina Kirchner, que era sua vice no governo.

Fernández afirmou que não conversa com Cristina Kirchner desde dezembro, quando ocorreu a posse de Javier Milei. Ele questionou o que realmente representa o kirchnerismo atualmente, destacando que essa vertente do peronismo antes prezava pelo equilíbrio fiscal e rejeitava a dívida pública. Segundo ele, o kirchnerismo mudou, passando a aceitar o déficit como algo normal.

“Eu me reivindico como um dos fundadores do kirchnerismo; mas o kirchnerismo detestava a dívida pública e trabalhava pelo equilíbrio fiscal. De repente, passou a achar que não é tão mau o déficit”, disse.

Relação com o Fundo Monetário Internacional

A relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um dos pontos que diferenciam as visões de Fernández e Cristina. A Argentina possui uma dívida de US$ 44 bilhões com o FMI, e Cristina Kirchner sempre se opôs a negociações com o fundo, uma posição que Fernández considera pouco prática. Ele também mencionou a necessidade de renovação no kirchnerismo, dando como exemplo a aliança entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) no Brasil, que uniu figuras de diferentes espectros políticos para alcançar o poder.

Javier Milei. (Foto: Reprodução)

O ex-chefe de Estado argentino também criticou a postura do atual mandatário em relação ao Brics, grupo de países emergentes, após o atual presidente rejeitar a participação da Argentina.

Além disso, ele comentou sobre a crise antissistema causada pela pandemia, atribuindo a ela parte do crescimento da direita em várias partes do mundo. Quando questionado sobre Milei, Fernández foi cauteloso, mas sugeriu que o novo presidente é “muito impulsivo” e precisa “ser mais reflexivo”.

Por fim, Alberto Fernández abordou questões envolvendo seu próprio governo e a recente decisão judicial que congelou seus bens após acusações de desvio de verba pública. Ele negou todas as acusações e expressou sua confiança de que a justiça será feita. Fernández concluiu a entrevista destacando sua preocupação com a atual situação política da Argentina e a necessidade de uma liderança mais moderada e reflexiva para unir um país dividido.

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