Candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin usou um trecho do livro de Sergio Moro para desmentir o presidente Jair Bolsonaro, que, no debate da Globo nesta sexta-feira, questionou Lula sobre o pedido de transferência de “Marcola”, líder do PCC. Para Alckmin, foi o próprio Bolsonaro quem tentou impedir a transferência do criminoso para o sistema penitenciário federal.
“Diz o Moro no livro que ele escreveu depois que deixou o ministério: ‘Mas a poucos dias da deflagração da Operação Império, fui surpreendido com uma mensagem dele [Bolsonaro] no meu celular sugerindo o cancelamento das transferências. Bolsonaro disse estar receoso de possíveis retaliações do crime organizado contra a população civil e temia que, se isso acontecesse, o governo federal fosse responsabilizado, inclusive com o impeachment no Congresso’”.
“O Moro escreve no seu livro, Bolsonaro lhe manda um e-mail pedindo o cancelamento, que não fosse feita a transferência”, acrescentou, em entrevista coletiva a jornalistas nos estúdios da Globo.
Alckmin comentou ainda que a transferência de “Marcola” foi pedida pelo Ministério Público de São Paulo e autorizada no começo de 2019 por ordem do Tribunal de Justiça do estado, nada tendo a ver com Bolsonaro ou Moro, já que o Ministério da Justiça atuou apenas na transferência em si.
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