Engana-se quem pensa que a questão do Auxílio Brasil de R$ 400 está liquidada. Não está. Ao menos na câmara dos deputados, onde cresce o movimento para elevar o valor para R$ 600.
O DCM confirmou com diversos líderes partidários e essa é a intenção dos deputados: o Centrão quer usar o benefício para tentar ressuscitar a popularidade de Bolsonaro.
A estratégia da oposição é outra: forçar a barra nos R$ 600 para mostrar a insensibilidade do governo num momento em que a pandemia ainda assusta e o país vive uma de suas piores crises econômicas em décadas, comparável apenas ao último período do governo de José Sarney, no pós-ditadura.
Não por acaso o clima no governo e na câmara é o pior possível para o ministro da Economia, Paulo Guedes.
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O ‘Posto Ipiranga’ de Bolsonaro, cuja grande obra desde que assumiu o ministério foi turbinar seus investimentos em dólar no exterior, aproveitando a desvalorização do Real diante da moeda americana, é visto com insensível, incompetente e demasiadamente apegado ao cargo.
Inicialmente, Guedes e Bolsonaro queriam dar R$ 200
O que se passa agora é o mesmo que ocorreu em abril do ano passado, no auge da pandemia.
Inicialmente, a equipe econômica queria conceder R$ 200 de auxílio. Em seguida, após pressão, admitiu elevar o valor a R$ 300.
No fim, Bolsonaro acabou vencido pela câmara e teve de aumentar o valor para R$ 600.
É o que os deputados pretendem agora: forçar o mandatário a manter os R$ 600, valor considerado mínimo diante da crise ocasionada pela pandemia e pela inércia desta que já se notabilizou como a pior gestão da história do país.