Além da farsa contra Boulos, outras ações podem tornar Marçal inelegível; relembre

Atualizado em 6 de outubro de 2024 às 7:49
Influenciador Pablo Marçal (PRTB). Foto: Renato Pizzutto/Band

O influenciador e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), pode perder o mandato caso seja eleito devido a questões judiciais. O autodenominado ex-coach também pode ficar impedido de se candidatar nas eleições de 2026.

Marçal enfrenta quatro possíveis obstáculos judiciais. O mais recente envolveu a divulgação de um laudo médico falso nas redes sociais, no qual o influenciador tentou associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas.

A Justiça Eleitoral de São Paulo determinou no sábado (5) que o perfil do candidato do PRTB fosse derrubado após a publicação do documento falso.

Deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL). Foto: Yuri Murakami/Fotoarena/Estadão Conteúdo

O ex-coach já responde a um processo que pode torná-lo inelegível. Uma das ações mais avançadas é a investigação sobre o pagamento de seguidores para compartilhar seus vídeos nas redes sociais. Caso seja condenado, ele ficará impedido de assumir a prefeitura paulista e se tornará inelegível por oito anos.

Além disso, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tramita uma ação contestando a escolha de Marçal como candidato pelo PRTB, proposta pela administradora de empresas Aldineia Fidelix. Ela argumenta que, devido a um acordo interno, o comando da legenda deveria ser dela quando a candidatura de Marçal foi definida. Sendo assim, o ato precisaria ser anulado.

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, negou o pedido de liminar. Ainda não há previsão para o julgamento no plenário do TSE.

Outra investigação que pode comprometer a candidatura de Marçal é a investigação do caso em que ele levou um grupo de seguidores a uma montanha na Serra da Mantiqueira, em 2022, como prova de superação. O grupo precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

Marçal é investigado por tentativa de homicídio e omissão de socorro. A Polícia Civil de São Paulo solicitou mais tempo para concluir as investigações, que podem enquandrar o influenciador na Lei da Ficha Limpa, impedindo-o de registrar uma futura candidatura.

A publicação do laudo falso antes da votação agrava ainda mais a situação de Marçal, podendo resultar em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) de Boulos contra o ex-coach. Se condenado, Marçal ficaria inelegível por oito anos.

Marçal posta laudo falso sobre Guilherme Boulos. Foto: Reprodução

O processo pode se arrastar, já que, por se tratar de uma eleição municipal, ele precisa passar pela Justiça Eleitoral de primeira instância, pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e pelo TSE.

Caso Marçal seja eleito, seu mandato pode ser cassado. Se uma decisão de segunda instância for proferida até dezembro, há a possibilidade de que ele não assuma a prefeitura. Nesse cenário, o presidente da Câmara de Vereadores assumiria de forma interina até a decisão do TSE, que, se confirmar a inelegibilidade, convocaria novas eleições.

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