O influenciador e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), pode perder o mandato caso seja eleito devido a questões judiciais. O autodenominado ex-coach também pode ficar impedido de se candidatar nas eleições de 2026.
Marçal enfrenta quatro possíveis obstáculos judiciais. O mais recente envolveu a divulgação de um laudo médico falso nas redes sociais, no qual o influenciador tentou associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas.
A Justiça Eleitoral de São Paulo determinou no sábado (5) que o perfil do candidato do PRTB fosse derrubado após a publicação do documento falso.
O ex-coach já responde a um processo que pode torná-lo inelegível. Uma das ações mais avançadas é a investigação sobre o pagamento de seguidores para compartilhar seus vídeos nas redes sociais. Caso seja condenado, ele ficará impedido de assumir a prefeitura paulista e se tornará inelegível por oito anos.
Além disso, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tramita uma ação contestando a escolha de Marçal como candidato pelo PRTB, proposta pela administradora de empresas Aldineia Fidelix. Ela argumenta que, devido a um acordo interno, o comando da legenda deveria ser dela quando a candidatura de Marçal foi definida. Sendo assim, o ato precisaria ser anulado.
A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, negou o pedido de liminar. Ainda não há previsão para o julgamento no plenário do TSE.
Outra investigação que pode comprometer a candidatura de Marçal é a investigação do caso em que ele levou um grupo de seguidores a uma montanha na Serra da Mantiqueira, em 2022, como prova de superação. O grupo precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros.
Marçal é investigado por tentativa de homicídio e omissão de socorro. A Polícia Civil de São Paulo solicitou mais tempo para concluir as investigações, que podem enquandrar o influenciador na Lei da Ficha Limpa, impedindo-o de registrar uma futura candidatura.
A publicação do laudo falso antes da votação agrava ainda mais a situação de Marçal, podendo resultar em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) de Boulos contra o ex-coach. Se condenado, Marçal ficaria inelegível por oito anos.
O processo pode se arrastar, já que, por se tratar de uma eleição municipal, ele precisa passar pela Justiça Eleitoral de primeira instância, pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e pelo TSE.
Caso Marçal seja eleito, seu mandato pode ser cassado. Se uma decisão de segunda instância for proferida até dezembro, há a possibilidade de que ele não assuma a prefeitura. Nesse cenário, o presidente da Câmara de Vereadores assumiria de forma interina até a decisão do TSE, que, se confirmar a inelegibilidade, convocaria novas eleições.