O corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto, de 27 anos, negou à Polícia Federal qualquer envolvimento na hostilização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ocorrida no aeroporto de Roma na sexta-feira (14).
Bignotto foi interrogado neste domingo (16) na unidade da PF em Piracicaba (SP), das 10h às 12h.
“Alex nega completamente qualquer participação”, afirmou o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, responsável por sua defesa.
Os outros envolvidos, o empresário Roberto Mantovani Filho e sua esposa, Andreia Munarão, serão ouvidos na terça-feira (18).
Mantovani relatou à Folha de S.Paulo que a PF esteve em sua residência às 6h para intimá-los, mas, devido a uma viagem do casal para comemorar o aniversário de um neto em Santa Catarina, eles prestarão depoimento posteriormente.
A PF abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do incidente envolvendo Moraes e seus familiares, incluindo os ataques verbais direcionados a eles e uma possível agressão ao filho do magistrado.
Segundo informações obtidas pelos investigadores, os responsáveis dirigiram expressões como “bandido”, “comunista” e “comprado” ao membro do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Moraes participou de um fórum internacional de direito realizado na Universidade de Siena, na Itália. Ele participou do painel “Justiça Constitucional e Democracia” ao lado do ministro André Ramos Tavares, também integrante do TSE.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou ao Ministério Público Federal que tome as medidas necessárias. Aras, que está fora do país, enviou uma mensagem ao magistrado manifestando sua solidariedade e classificando a agressão como “repulsiva”.
Nos últimos anos, Moraes se tornou o principal adversário do ex-presidente Jair Bolsonaro no Judiciário, liderando inquéritos que envolvem o ex-presidente no STF.
Ele também presidiu o TSE nas eleições de 2022 e no julgamento do mês passado que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro até 2030.
Moraes já foi alvo de xingamentos por parte de Bolsonaro nos últimos dois anos, com o presidente se referindo ao ministro como “vagabundo” e “canalha”.