Eduardo Cunha não está aqui, à minha vista. Não está ali. Está perto de você? Acredito que não.
Onde andará Eduardo Cunha?
Especulemos.
Pode estar num restaurante fino, acompanhado da mulher. Pode estar vendo um jogo do Flamengo.
Pode estar conversando com Temer. Pode estar na piscina de seu condomínio, numa boia gigante ao estilo Gatsby.
Não adianta procurar na mídia. Você não vai encontrá-lo lá. Em nenhum jornal, em nenhuma revista. Em nada.
Na imprensa ele foi onipresente enquanto útil para a deposição de Dilma. Todos os holofotes e todos os microfones estavam à sua disposição.
Foi o esplendor de sua glória midiática.
Feito o serviço — o golpe parlamentar — ele foi progressivamente sumindo. Agora está completamente desaparecido.
Onde foi parar Eduardo Cunha?
Apenas uma coisa é certa. Ele não está onde deveria estar: a cadeia.
Está livre.
Esta é, em si, uma tragédia nacional. E é uma prova de que só pode ser encarada como piada a frase de Moro de que não somos uma sociedade de castas.
Somos sim.
Cunha, ele mesmo, pertence à casta dos que podem cometer todo tipo de crime que nada lhes acontece.