O almirante-de-esquadra Flávio Rocha, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não será mais secretário de Segurança Nuclear e Qualidade da Força. Ex-secretário de Assuntos Estratégicos, o militar ficará sem cargo executivo até março de 2024, quando vai para a reserva. A informação é da Folha de S.Paulo.
Ele foi nomeado assessor do gabinete do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, em maio deste ano. Mas, na prática, assumiu funções de secretário naval de Segurança Nuclear e Qualidade, na Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Força.
Rocha viajou para a Europa em maio deste ano para participar de uma reunião do comitê que discute o desenvolvimento de um submarino de propulsão nuclear brasileiro. Logo depois, embarcou para Viena para reunião do conselho de governantes da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Essa viagem, que ocorreu em junho, causou problemas com diplomatas brasileiros, que reclamaram de um militar em um evento civil. Depois do episódio, funcionários do Itamaraty pediram para que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, retirasse Rocha de funções executivas.
Na semana passada, Múcio e Olsen decidiram designar o almirante-de-esquadra para uma função sem especificações no Comando da Marinha. Ele continuará recebendo um salário de R$ 37 mil por mês e deve se dedicar à abertura de uma empresa no futuro, segundo pessoas próximas.
O almirante Petrônio Aguiar, diretor do programa nuclear desde 2021, vai incorporar suas funções após a saída do posto.
Rocha era próximo de Bolsonaro e foi convidado por ele para assumir a Secretária de Assuntos Estratégicos, pasta que tem assento no Palácio do Planalto, logo após receber sua quarta estrela na Força. Posteriormente, começou a ocupar espaço no Itamaraty durante a gestão de Ernesto Araújo.