O adolescente que matou a professora Elizabeth Tenreiro e feriu outros quatro alunos em uma escola estadual na zona oeste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27), teve um boletim de ocorrência registrado contra ele em fevereiro deste ano. A informação é da Folha de S.Paulo.
No boletim, registrado no dia 28 de fevereiro, o aluno de 13 anos é descrito como uma pessoa de perfil agressivo. A ocorrência foi feita por uma funcionária da Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Essa é a unidade de onde o adolescente foi transferido no começo deste mês.
O jovem também é descrito como alguém que vinha apresentando comportamento suspeito nas redes sociais, “postando vídeos comprometedores, por exemplo, portando uma arma de fogo e simulando ataques violentos”.
“O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp, e alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”, diz trecho do documento policial.
Também consta do registro que os responsáveis pelo adolescente foram convocados para ir à escola, onde a direção os orientou a tomar providências.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, a causa da transferência de escola ocorreu justamente por conta desse histórico de violência. A mudança aconteceu no dia 6 deste mês, acrescentou o secretário da Educação, Renato Feder.
Em depoimento à polícia nesta tarde, o adolescente responsável pelo ataque a Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, afirmou que se inspirou nos massacres de Suzano, em 2019, e de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.
O jovem disse que sentia tristeza “há muitos anos” e que planejou o atentado por dois anos com o intuito de “acabar com toda a angústia que sentia”.
O adolescente disse que sofria bullying por causa de sua aparência física. Segundo o estudante, ele era chamado de “rato de esgoto” e, por isso, brigou e xingou um colega de “macaco” na semana passada.