O general Mauro Cesar Cid passou a ser monitorado pela Polícia Federal desde a prisão do seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, que atuava como ajudante de ordens do Palácio do Planalto.
A família Cid está em sua terceira geração no Exército Brasileiro. Mauro Cesar Lourena Cid, o pai, seguiu os passos de Antonio Carlos Cid, que foi Coronel, formado pela Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) em 1955, e chegou a trabalhar na Casa Militar sob as ordens do general Bayma Denys durante o governo de José Sarney.
Já o general Lourena Cid, como é conhecido, foi contemporâneo de Jair Bolsonaro na Aman durante os anos 1970. Após ser ex-presidente da Academia e dirigir o Departamento de Educação da corporação, passou a fazer parte da Reserva do Exército para assumir a chefia do escritório da Agência Brasileira de Promoções de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, nos Estados Unidos. Ele ficou no cargo entre 2019, quando foi indicado por Bolsonaro, até o começo de 2023.
A Apex é um serviço autônomo, criado pelo governo federal em 2003, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores. A ligação acontece por meio de um contrato de gestão para a promoção dos produtos e serviços do Brasil no exterior, a fim de encontrar e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
Em suas relações, Lourena Cid é tido como um militar de personalidade discreta e conciliadora. Um pai dedicado, visita constantemente o filho no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, onde está preso, e tem mostrado irritação pelo abandono que Cid está sofrendo do clã de Bolsonaro.
No Exército por mais de 20 anos, o ex-ajudante de ordens também se preparava para assumir um posto nos Estados Unidos, antes de ser nomeado para o cargo de “braço direito” de Bolsonaro.