O apresentador de TV Tucker Carlson, do canal norte-americano Fox News, se reuniu nesta quarta-feira (29) com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aproveitou para puxar o saco do brasileiro.
Em foto publicada nas redes sociais de Carlson, ele e Bolsonaro aparecem sorridentes e o jornalista conservador veste um cocar.
O uso do adereço indígena é visto como uma forma de discriminação, segundo associações que representam esses povos. Essas entidades afirmam que os ornamentos não devem ser utilizados como fantasia, já que é a forma como indígenas se vestem.
Além do cocar, usado por ele pouco depois de o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira serem encontrados mortos na Amazônia, outros objetos presentes na imagem chamam a atenção.
Na estante, há um boneco do ex-piloto Nelson Piquet. Há dois dias, viralizou vídeo em que ele chama Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1, de “neguinho”. Aparece também um logo da Caixa em segundo plano. O presidente do banco, Pedro Guimarães, foi demitido hoje após ser acusado de assédio sexual por cinco funcionárias.
Apoiador declarado do ex-presidente dos EUA Donald Trump, Tucker Carlson está no Brasil durante a semana para a produção de um documentário que investiga o que ele chamou de “crescente influência da China no Brasil”.
“Mostramos ao mundo a verdade sobre o Brasil, sobre o nosso governo e tenho certeza que mais uma vez a verdade irá nos libertar”, escreveu Bolsonaro seu Twitter após se reunir com o americano.
Carlson é um ativista da extrema-direita, abertamente pró-Trump. É muto amigo de Glenn Greenwald. Recentemente, disseminou na emissora a teoria conspiratória do Great Replacement, a “Grande Substituição”, que prega que os brancos americanos serão substituídos por imigrantes.
Segundo ele, a América Latina está “desabando” diante do avanço da esquerda e Biden ignora o perigo. Os chineses vão nos transformar numa “colônia” e Jair Bolsonaro é a última fronteira.
— Tucker Carlson (@TuckerCarlson) June 29, 2022