Ao invés de isso lhe conferir humanidade, é ligeiramente patético.
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Anderson Silva chorou depois de perder para Chris Weidman. Já tinha chorado após uma derrota para um sul coreano em 2004. Chorou também quando seu colega Minotauro ganhou. Anderson Silva chora.
Isso lhe deveria conferir, digamos, humanidade. Um gigante como ele tem suas fraquezas. Mas, na verdade, transmite apenas uma sensação de descontrole emocional. Não são as lágrimas de alguém que lutou para contê-las, mas as de um menino mimado. No caso da cacetada que tomou no confrontou contra Weidman, um menino mimado que apanhou enquanto fazia uma palhaçada besta.
Em 1971, Muhammad Ali enfrentou Joe Frazier pelo título mundial. Frazier ganhou por pontos numa decisão unânime. Foi a primeira derrota de Ali. Os dois foram parar no hospital, destruídos, onde permaneceram por semanas.
“Eu não vou chorar. Eu deixei várias pessoas infelizes quando bati nelas, então chegou minha hora”, disse ele. “Um monte de lutadores apanha. Ninguém bate mais forte que Frazier. Estou satisfeito, apesar de ter perdido”.
Ali teve um final de carreira melancólico. Já com sinais do Parkinson, perdeu para Larry Holmes em 1980. As lágrimas, soado o gongo do último assalto de uma luta desigual, foram de Holmes, que batera seu ídolo (Holmes nunca seria perdoado por vencer o campeão).
Anderson Silva ganha a vida de maneira honesta. Fez uma bobagem que lhe custou o título. Provavelmente aprendeu alguma coisa com isso. De Muhammad Ali, ele poderia copiar algo mais que o estilo provocador, a guarda baixa e a fanfarronice.
Deveria ouvir essa frase todo dia de um de seus estafetas, antes do almoço, à tarde e na hora de dormir: “Eu não vou chorar. Eu deixei várias pessoas infelizes quando bati nelas, então chegou minha hora”.
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