O ex-ministro da Justiça Anderson Torres prestou depoimento, nesta quinta-feira (16), no âmbito de uma investigação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que mira ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que pode torná-lo inelegível.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), apresentada pelo PDT, questiona uma reunião realizada por Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, em que fez ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro.
O depoimento foi pedido pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, para esclarecer uma minuta de teor golpista encontrada na casa do ex-ministro de Bolsonaro.
Segundo informações da TV Globo, Torres respondeu a todas as perguntas. Questionado sobre a autoria da minuta do golpe, o ex-ministro disse que “não sabe” quem elaborou a proposta. Ele ainda minimizou o documento, chamando-o de “texto folclórico”, “loucura” e “lixo”.
No depoimento, Torres manteve o que disse à Polícia Federal em fevereiro e reforçou que não tratou com Bolsonaro sobre a minuta.
A defesa de Bolsonaro chegou a apresentar um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para evitar o depoimento de Torres, alegando que a medida seria “impertinente” e com “pouca ou nenhuma utilidade processual” uma vez que o ex-ministro já foi ouvido no inquérito sobre os atos golpistas no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar do recurso, o depoimento de Torres aconteceu.
Ele foi ouvido por videoconferência, durante cerca de 1h30. O ex-ministro da Justiça está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal por determinação STF, em um inquérito que apura os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.